Pochoir

 

Fonte: Trabalhos de alunos da Disciplina Estamparia A.

 

Pochoir é um termo em francês para uma técnica de estamparia por impressão artesanal, também conhecida por Estêncil que vem da palavra em inglês Stencil. O processo consiste na confecção de matrizes ou máscaras de recorte por onde a tinta passa para o suporte. O desenho é desenvolvido com uma forma mais estilizada de acordo com o planejamento das áreas a ficarem vazadas. A vantagem dessa experiência prática é criar um modelo de estampado com muitas cores a um custo muito menor para o desenvolvimento de uma produção industrial em maior escala.
 

Fonte: Trabalhos de alunos da Disciplina Estamparia A.

 

No Japão, depois da segunda metade do século XVII, desenvolveu-se um sistema de estampar tecidos, usando um tipo de molde feito de folhas laminadas de papel do líber da amoreira, endurecido com sucos de tâmaras e impermeabilizado com óleo. O desenho a ser estampado era recortado no molde, chamado de Katagami, cujas partes salientes eram ligadas e presas por fios de seda ou, até mesmo, fios de cabelo. Esta técnica denominada Katazome foi desenvolvida pelos japoneses para a produção de tradicionais desenhos têxteis de incomparável sofisticação.
 

Fonte: Japanese designs & patterns; dyeing originated in Okinawa, Bingata. Kyoto : Mitsumura Suiko Shoin, 1989.

 

Em meados do séc. XIX, na França, o interesse pelas ilustrações japonesas foi um incentivo para o desenvolvimento, ao seu modo, dessa forma de arte que ficou conhecida como Pochoir. A reprodução da imagem era feita a partir de uma análise da composição das cores e confecção de várias máscaras desenhadas e alinhadas para a impressão de cada cor, com uma variedade de texturas que era conseguida por diferentes maneiras de aplicação da tinta.

Essa técnica se tornou muito popular, em Paris, ao ser aplicada na impressão de produtos gráficos como ilustrações de figurinos de moda, desenhos têxteis e elementos de arquitetura, que documentaram e promoveram o estilo Art Deco.

As gravuras francesas representavam os ideais desse estilo vintage e a grande maioria dessas estampas pochoir, como La Biche Appirvoisée e Le Lys Rouge, foi produzida pela revista de moda Gazette du Bon Ton.

“Em 1911, o ilustrador Georges Lepape foi contratado para produzir um conjunto de pochoirs para a publicação Les Choses de Paul Poiret, (…) Logo após o evento (em 1912) o editor, Lucien Vogel lançou sua revista de moda e artes Gazette du Bon Ton, onde a primeira impressão pochoir chamada Gilles ilustrava um design de Poiret criado por Lepape da mesma maneira que Les Choses.”
 
 

Fonte: http://www.idesirevintageposters.com/poiret.html

 

Devido às características de um processo manual, o Pochoir era para a impressão gráfica um recurso lento e dispendioso. Foi com o aprimoramento dessa técnica que surgiu o desenvolvimento de um sistema de montagem das matrizes presas a uma malha de seda, resultando em um dos primeiros modelos de equipamento semelhante ao processo serigráfico. A primeira patente da Serigrafia foi registrada em 1907, ao ser desenvolvida de uma forma que pode ser reconhecida ainda nos dias de hoje em pequenos empreendimentos de estamparias.